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Guilherme Primo

Indicadores de Desempenho - Gestão e publicação dos resultados

Por mais que nos preocupemos com os indicadores em si, muitas vezes a sua gestão é complexa e seu compartilhamento pode ser um desafio. Abaixo, falo um pouco sobre como facilitar essa tarefa.


Esse texto é o terceiro de uma série de três artigos sobre indicadores. Para ver a parte um, clique aqui. Para ler a parte dois, clique aqui.


Quem começa a trabalhar com indicadores percebe que o maior desafio não é definir quais são os indicadores a medir, mas sim como fazer a gestão de todos eles e, posteriormente, a publicação dos resultados. Neste trabalho, existem três pontos de atenção para sua estratégia ser bem sucedida:


  1. Frequência de atualização

  2. Disciplina no compartilhamento

  3. Motivação para o resultado


Note que, nestes pontos, não existe a palavra meta. Deixei de fora propositalmente, pois, idealmente, todo indicador tem uma meta atrelada. Afinal, como saberei se estou dentro de um padrão desejado se não tenho um número em mente? Falarei um pouco mais sobre isso no final do artigo, junto com o terceiro ponto.


1. Frequência de atualização


Vamos voltar ao exemplo do primeiro artigo, sobre a viagem de São Paulo a Belo Horizonte. Neste ato, temos diversos indicadores para acompanhar, mas cada um demanda a uma frequência ideal diferente de atualização. Por exemplo, a quantidade de combustível no tanque deve ser atualizada em tempo real, ou poderá acontecer um problema no percurso. A velocidade também, pois tenho limites que devem ser respeitados. E o gasto total da viagem? E os quilômetros rodados? E a quantidade de litros gastos?


A regra geral é simples: quanto maior a frequência de atualização, melhor.

Tem a informação a cada momento, on time? Perfeito! Entretanto, existem alguns problemas operacionais em ter sempre isso. A pergunta principal é: quem irá gerar esses indicadores e quem estará acompanhando?

Gerar os indicadores e acompanha-los pode parecer bem simples, mas não se engane. No nosso exemplo, o motorista em um trabalho principal, que é dirigir. Coloque para ele anotar todas as informações, fazer os cálculos - como gasto total, quilometragem rodada, numero de paradas e rendimento do combustível - e acompanha-los, já existe uma complexidade a mais. Para facilitar isso, nosso primeiro reflexo é adicionar ferramentas a nossas tarefas, que pode ser simples como um caderno de anotações, outras mais robustas como uma planilha de controle ou um aplicativo, que resolvem muito bem uma tarefa pontual. Mas e se tudo já estivesse no painel do carro?


Quando o painel do carro já te entrega todas as informações prontas, fica fácil acompanhar. Assim pode ser também com as empresas, pois deixa o gestor livre para comandar.


Se não for automático, é necessário priorizar qual informação tem em cada momento, por exemplo:

  • O consumo de combustível, preciso em tempo real,

  • A cada parada para abastecimento, vou somar a quilometragem rodada,

  • No final da viagem, vou analisar qual meu consumo por litro,

  • No inicio do mês seguinte, vou calcular quantas viagens fiz no mês e quantos quilômetros percorri.


Trazendo para realidade empresarial, essas informações simples precisam ter sua frequência definida e bem documentada, para ser cobrada tanto pelos gestores, quando pelo time operacional que é cobrado do resultado delas.


Uma vez que a medida não se torna essencial no processo, ela tende a ter uma atualização com frequência menor. Se não for cobrada coletivamente, a tendência é não ser atualizada.



2. Disciplina no compartilhamento


Vou começar repetindo o que acabei de escrever:


Se a atualização dos indicadores não for cobrada coletivamente, ela não ocorrerá.


O gestor deve saber quais são os KPIs que deve acompanhar, mas não só isso: seu time também deve ter isso em mente. Se um gestor de vendas acompanha o faturamento, ticket médio e mix de vendas, o vendedor também deve saber isso. Mais que isso: deve saber de quanto em quanto tempo terá acesso a esses dados, e como chegará isso a ele. Se será por e-mail semanalmente ou em um relatório na intranet diariamente fica a cargo da empresa, o importante é todos estarem envolvidos nisso.


3. Motivação para o resultado


Como já disse no meu artigo dos segredos da performance, comemorar os resultados é importantíssimo. Essa comemoração se torna uma motivação para atingir as metas, mas não somente isso, consolida que os resultados vem através dos dados, pois eles se tornam evidencia do trabalho realizado. Como fazer isso?


Voltando a falar em metas: em um mundo ideal, todas os indicadores tem uma meta atrelada. Infelizmente, nem sempre é possível fazer isso, pois problemas como a falta de histórico e incerteza de cenário costumam ser um problema.


A principal solução que vejo é colocar metas atreladas a remuneração. O indicador que tem meta, tem uma remuneração variável de acordo com ele. A saída é valida e se observado os pontos anteriores, faz parte de uma estratégia vencedora para ter seu time focado em resultados. O único ponto de atenção é se aqueles indicadores que não estão atrelados a remuneração não serão negligenciados, mas isso é trabalho de gestão de time que não abordarei aqui.


Acredito que mesclar motivação financeira com celebrações é o caminho ideal para reforçar sua cultura de resultados. Lembrando sempre de envolver a todos os membros do time, não somente o gestor.


Considerações Finais


Ao longo desses três artigos, busquei explicar e discorrer mais sobre indicadores de desempenhos (KPIs). O trabalho com eles são a base para uma gestão baseada em dados, com alto atingimento de resultados. É um desafio, principalmente quanto ao estabelecimento da cultura, afinal, como disse Peter Drucker:


A cultura come a estratégia no café da manhã

Por isso, todos os membros devem ser envolvidos e saberem seu papel.


Como dica final, comentarei sobre uma ferramenta muito simples que utilizo para o controle de KPIs em empresas. Ela consolida seus indicadores e facilita sua gestão. Um simples, mas eficaz, dicionário de indicadores.


Quando se trabalha com dados, é comum ter um dicionário de dados. Nele, estão listados os dados que são capturados, com nome, especificações (como tipo e restrições) e onde estão armazenados. Trabalhando com inteligência de negócios, é necessário o mesmo controle: qual indicador tenho, qual frequência de atualização, time de interesse, quem tem acesso a esse indicador e como será o compartilhamento dele.

Espero ter auxiliado com o primeiro segredo da performance, pois sem esse pilar, todo trabalho fica complexo.


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Esse texto é o terceiro de uma série de três artigos sobre indicadores. Para ver a parte um, clique aqui. Para ler a parte dois, clique aqui.

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